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Archive for the ‘misticismo’ Category

 

O espírito e a alma são realidades espirituais, mas em nossa visão humana, são apenas abstrações teóricas. O espírito representando a essencialidade individualizada do ser, enquanto a alma, apesar de ser divina, se constitui como a apresentação dos mais elevados níveis ou camadas que revestem o espírito. Por outro lado, o Eu Superior, apesar de ser ainda algo distante do entendimento humano, está mais próximo de nós. Podemos até mesmo entrar em íntima conexão com ele por intermédio de certas técnicas da TVP.

O Eu Superior, ou Eu interior, é conhecido como a fonte de nossas intuições e da sabedoria que emana de nossa consciência. Algumas vezes ele é denominado tal como o espírito, como um pequeno microcosmos do grande macrocosmos. Seria uma partícula individualizada de Deus latente no homem. Como se diz nas tradições de mistérios, uma centelha ou chispa divina, eternamente presente em nosso interior.

Contrastando com ele, o Eu inferior seria uma sombra do Eu Superior, ou seja, um aspecto extremamente limitado dele. Da mesma forma que a sombra do planeta Terra não se opõe ao Sol, o Eu inferior não é contrário ao Eu Superior, mas apenas um reflexo distorcido deste. Enquanto o Eu Superior é o reflexo da vida divina em nós, o Eu inferior é um reflexo modificado e sombrio do Eu Superior.

O Eu Superior conhece o passado, o presente e o futuro. Nele estão contidas todas as nossas vidas passadas como memória e nossas vidas futuras em estado potencial. É com a matéria prima do Eu Superior que o Eu inferior e a personalidade (juntamente com a influência do meio e de múltiplas outras vidas), são moldados e formatados a cada encarnação.

O Eu Superior tudo sabe e tudo vê.

Muitos místicos e iniciados conhecem técnicas, meios e recursos de comunicação direta com esse centro nuclear de consciência. As técnicas mais conhecidas para isso são a meditação e o silêncio. A harmonização com o Eu Superior nos oferece um ponto de vista total sobre tudo em nossa vida. Nossa capacidade de ver todas as coisas do ponto de vista do infinito se origina nessa elevada instância psíquica, que é o Eu Superior. Tendam chama, por vezes, o Eu Superior de Eu maior.

Há uma diferença entre Eu Superior e o mestre espiritual do paciente. O primeiro é a própria individualização das potencialidades divinas em nosso âmago; o segundo é uma entidade que já atingiu ou está prestes a atingir a iluminação ou o despertar total. Nos mestres espirituais, o Eu Superior está plenamente desperto, ao contrário de pessoas comuns.

Segundo Sanaya Roman o Eu Superior é uma “parte de nosso ser que supervisiona e observa as outras partes”. Ele também é responsável por coordenar todas as outras partes do nosso psiquismo, nossas subpersonalidades. Nossa missão seria fazer evoluir essas subpersonalidades dentro do nosso Eu Superior, de onde todas se formaram.

A harmonização das diferentes partes do psiquismo abre caminho para o aparecimento do Eu Superior. O Eu Superior é o orientador do diálogo das diversas facetas da consciência.

Como já dissemos, existem técnicas precisas para se invocar o Eu Superior e se valer de seu influxo e de uma consciência mais elevada. Porém, Tendam adverte ainda para o cuidado em não ficar invocando o Eu Superior, assim como mestres e guias espirituais, com a intenção de demonstrar parceria com os seres de luz – julgando-se assim alguém muito especial, praticamente sentindo-se como um ser de luz tal como os espíritos que invocamos (Tendam, 1988). Por outro lado, Tendam (1994) menciona que quando usamos o termo “Eu Superior” devemos evitar a conotação de “meu Eu Superior”, posto que o Eu Superior é algo que nós somos e não algo que nós temos.

O Eu Superior é da esfera do “ser” e não do “ter”.

Há uma técnica na Terapia de Vidas Passadas cujo nome é “Intervenção do Eu Superior”. Essa técnica foi divulgada por Hans Tendam. Consiste em pedir ao cliente que se desloque em consciência a um ponto extremamente elevado de visão total. Tendam diz que “sugerimos ir até um lugar panorâmico de visão global onde você é totalmente você mesmo”.

Nesse ponto, além das medidas humanas, podemos ver qual caminho encarnatório seguimos até chegar ao presente momento ou num outro ponto qualquer. Ou seja, esse ponto de vista total nos mostra, em perspectiva, o caminho percorrido em nossas vidas passadas e como chegamos ao estado atual. Descortinamos nossas vidas passadas sob uma visão superior e entendemos muitas coisas sobre nós. Essa visão se torna possível graças ao olhar abrangente do nosso Eu Superior.

Nessa técnica devemos tomar cuidado para não cair nas malhas de camadas inferiores, ou de personalidades passadas pseudo-espirituais. O contato com o Eu Superior deve ser libertador e oferecer um feedback geral. Todo cuidado é pouco para não cair nas armadilhas dos níveis inferiores tentando se passar por superiores. Nesse sentido, Tendam afirma que a responsabilidade do cliente e do terapeuta não deve ser posta de lado sob a justificativa de aceitar instruções imprecisas do “Alto”.

 

(HUGO LAPA)

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A Prece

No que consiste o poder da prece, ou da oração, nos assuntos humanos?

No momento em que estamos fazendo uma prece, invocamos forças, energias e vibrações que se irradiam pelos oceanos de luz e provocam efeitos diversos. A prece pode abrir nossos caminhos, atrair entidades benfazejas, ajudar a sustentar psicologicamente a mente humana, abrandar o calor excessivo da ansiedade e das paixões, formar uma egrégora de luz que nos envolve e protege contra más influências, dissolver os miasmas magnéticos impregnados em nossa aura, higienizar ambientes fluídicos através da exteriorização do pensamento e carrega-los com irradiações positivas, contribuir na concentração e reflexão de temas específicos,  atingir estados de consciência mais elevados e uma leve depuração dos instintos densos e uma expressão das faculdades profundas do nosso ser interior, e sem dúvida, uma forma de se harmonizar com o divino, dentre outros benefícios. A prece é o refúgio dos aflitos, dos desesperados da alma, daqueles que perderam a esperança e estão sem orientação na vida. A prece acende uma chama sagrada no coração; é um imã poderoso que cria ressonância com o infinito; é o diapasão que vibra com o Uno;  é a inexaurível fonte que preenche o ser; é o elo sutil com os planos da inteligência universal.

Como distinguir a prece verdadeira do costume religioso da reza?

A prece é algo que vem de dentro para fora. A reza vem de fora para dentro. A reza pode ser considerada uma mera recitação automática e vazia sem o concurso de nosso íntimo, sem vibração e sem vida. Nesse caso, realiza-se uma declamação trivial de frases prontas e decoradas, com pouco ou nenhum valor espiritual. A reza geralmente se faz por obrigação religiosa, visando um objetivo pessoal ou como forma de amainar a culpa pelos pecados cometidos.

Em todas as formas de prece há o reconhecimento de que possuímos limites e devemos recorrer que algo superior interceda por nós. Neste caso, há uma aceitação de que a capacidade humana tem um limite, e que além disso deve-se fazer uma petição a divindade ou às divindades a fim de nos socorrer em diversos assuntos. Nossos esforços não dão conta de resolver situações que se fazem necessárias. Deixamos de lado nosso orgulho e admitimos que há algo que não conseguimos fazer e precisamos de ajuda. A angústia, a dor, a tristeza e o sofrimento são as maiores causas da opção pela pela prece de súplica, mas há outros tipos.

Podeis os informar acerca dos diferentes tipos de prece?

Existem cinco principais tipos de prece:

1) Súplica. 
2) Confissão. 
3) Intercessão. 
4) Gratidão. 
5) Comunhão.

1) A súplica é uma das formas mais simples de oração, dirigida por pessoas comuns, mais interessadas na concretização de seus desejos. Súplica é quando se pede algo para si mesmo, seja um bem material, seja uma melhora na condição econômica, seja um emprego, a cura de uma doença, a liberação da dor e do sofrimento, dentre outros objetivos individuais. A angústia, a dor, a tristeza e o sofrimento são as maiores causas da opção por esse tipo de oração. A oração da súplica é a mais primitiva de todas, pois aborda apenas a concretização dos nossos desejos. Aqueles que têm a verdadeira fé em deus sabem que jamais estão desprotegidos, pois Deus sempre está no comando de nossa vida, e por isso, confiam sempre na vontade divina.

2) A confissão é um oração onde admitimos nossos erros, faltas e pecados diante do divino. Aceitamos nossas faltas e estamos prontos a demonstrar nosso arrependimento. Nesse tipo, há uma consciência de que temos limites, de que somos ainda muito imperfeitos. Porém, muitas vezes, a confissão está vinculada a crenças morais tal como instituída por uma religião ou credo; não se trata necessariamente de um arrependimento verdadeiro, mas de uma aceitação de que se violou um preceito ou regra religiosa instituída. Nesse caso, há uma certa preocupação de que, caso não admitamos nosso erro, haja uma punição divina pela nossa fraqueza. Em outros casos, no entanto, a oração de confissão se apresenta como uma consciência verdadeira de que nos enganamos e há uma preocupação autêntica em reparar o dano cometido. Assim relatamos a Deus nossos erros, que já os conhece muito melhor do que nós, e fazemos um pacto o divino e com nossa consciência de melhoramento pessoal e transformação interior. Essa prece é obviamente mais elevada do que a prece de súplica, mas não tão sublime quanto outros tipos de prece.

3) A intercessão é uma oração onde fazemos um pedido que visa beneficiar outras pessoas, isto é, que o poder supremo vá interceder em favor de alguém que pode estar necessitando. Quando Jesus, preso à cruz, proferiu a famosa frase: “Pai, perdoe-os, pois eles não sabem o que fazem”, realizou uma poderosa oração de intercessão em favor dos seus próprios inimigos. Isso é uma demonstração da altitude espiritual de Jesus que conseguiu se colocar num nível de amor e bondade que deseja o bem até mesmo àqueles que o querem mal. Essa deve ser a atitude de todos nós. A intercessão é uma forma mais elevada de oração em relação as duas primeiras, pois indica uma preocupação com o outro, e não apenas um interesse em proveito próprio. É necessário, porém, respeitar o livre arbítrio do outro: muitas pessoas não querem a nossa ajuda, e a intercessão pode pressupor que acreditamos saber melhor do que o outro o que é bom para ele. Como exemplo, uma mãe pode realizar uma oração de intercessão para o filho pedindo que ele entre numa faculdade de Direito, pois é uma atividade mais lucrativa do que, por exemplo música ou artes, que é o desejo do filho. Aqui existe claramente uma violação do livre arbítrio do filho, e uma pessoa que ora pedindo que a sua vontade seja realizada e não a do outro está burlando a livre escolha alheia. Mas quando a oração de intercessão é desinteressada, e solicita apenas o que for melhor para aquele indivíduo, então ela será muito mais proveitosa.

4) A oração de gratidão é uma das mais elevadas, pois tem como objetivo agradecer a todos os pontos positivos de nossa vida. Nesse sentido, há uma exaltação e valorização das coisas boas que já possuímos e conquistamos. Os melhores indivíduos são aqueles que valorizam o que já possuem de bom, ao invés de ficar lamentando e reclamando o que lhes falta. A pessoa que profere oraçãos de gratidão tem mais possibilidade de ser feliz do que aquela que não o faz e só pede mais coisas. É essencial saber reconhecer o que nossa vida tem de bom, pois só assim podemos receber mais. Quem está satisfeito com aquilo que tem naturalmente pede menos, pois sente que não precisa de muitas coisas para ser feliz, não tem tantas necessidades como a maioria das pessoas. Quem tem menos necessidades, certamente, é uma pessoa mais feliz. De qualquer forma, a gratidão não deve ser demonstrada apenas numa oração formal, mas principalmente nos atos mais simples e cotidianos de um indivíduo. Grande parte da nossa infelicidade vem da incapacidade de agradecer a eterna providência e graça da vida.

5) A comunhão é a mais elevada, pois louva a sublimidade de Deus e a pessoa encontra-se plenamente satisfeita em comungar com a fonte de toda a vida. Aqueles que realizam periodicamente a oração de comunhão adquirem um domínio ou maestria do próprio ser, e dispensa naturalmente a necessidade dos outros tipos de oração. A oração de comunhão nos conecta com o divino mais diretamente e nos faz sentir a sua presença dentro de nós.

Autor: Hugo Lapa 

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Eternidade

 

 

Que devemos entender por eternidade?

A noção corrente de eternidade traz a ideia de anos infindáveis, ou seja, milhões, bilhões, sextilhões, septilhões de anos, e assim por diante. A eternidade não é uma duração infinita ou um período de tempo interminável. Não se trata de algo que existe para todo o sempre. Essa é uma imagem equivocada do que seja a eternidade. Não se trata de um tempo imenso, incrivelmente extenso. A eternidade deve ser concebida como se situando além do tempo, algo que não pode ser medido ou quantificado. A eternidade não está dentro do tempo, mas sim fora ou além dele. É o momento que transcende o tempo; um momento atemporal. É aquilo que está completamente alheio ao tempo, não se deixa influenciar e não faz parte dele; não é arrastado por suas correntes inexoráveis. A eternidade está em todos os momentos, aqui e agora. Não teve princípio e nem sequer terá fim.  Aquilo que está no eterno presente, sem passado nem futuro, sem antes nem depois, sem nascimento ou morte, apenas no inesgotável agora. Um mestre zen disse “Se quisermos entender a eternidade, não precisa ir além desse exato momento”.

 

Como se pode atestar a eternidade como algo real, não sendo apenas um mero conceito filosófico?

Os sábios de todos os tempos afirmam que a eternidade não é um conceito filosófico, um dogma religioso e tampouco uma condição inacessível. A eternidade é algo presente, simples, óbvio, imediato, que basta despertar nossa visão para que a contemplemos diretamente; basta olhar e enxergar o que sempre esteve aqui e agora. A eternidade está em nossa frente e já faz parte de nós. É uma condição permanente além do tempo. Qualquer pessoa pode ter a experiência da eternidade, basta abrir os olhos e ver o que sempre esteve presente.

 

E o que é exatamente esse momento atemporal?

Nunca lhe ocorreu estar tranqüilo, sentado serenamente a beira do mar, contemplar a sua imensidão, deixando completamente de lado as atribulações da existência material, e deixar fluir o momento presente sem expectativas e sem nenhuma preocupação? Trata-se de um momento em que superamos os referencias objetivos da turbulenta existência humana e nos perdemos dentro de um momento ilimitado. Pode ser numa pura e cristalina tarde de primavera onde vislumbramos um belo pôr do sol, ou pode ser ouvindo o fluir das águas na calmaria de uma cachoeira, ou mesmo no abraço terno e arrebatador do ser amado. Em todas essas experiências o tempo permanece em suspenso, tal é a entrega e a fluidez do momento. Esses são alguns momentos em que podemos sentir, ao menos em parte, um mergulho na eternidade e nesse momento atemporal.

 

Pode-se então afirmar que o tempo nunca teve início?

Sim, o tempo nunca começou, pois o tempo está dentro da eternidade, e como já dissemos, eternidade é aquilo que não tem início nem fim. Quando tentamos imaginar o início do tempo, podemos ir além e constatar que sempre poderá haver um momento anterior do que supomos ser um início. Há filósofos e físicos que buscam o início do tempo numa grande explosão, chamada big bang; religiosos buscam o início do tempo numa criação divina. Num dado momento, dizem eles, ocorreu uma grande explosão ou Deus resolveu criar tudo. Repare na expressão “num dado momento”, que nos traz sempre a ideia de um tempo anterior ao início. Dessa forma, o tempo sempre pode ser encontrado além daquilo que consideramos ser o seu início, conduzindo nossas reflexões a uma consciência de que o real está na eternidade, que sempre existiu e é o eterno agora.

 

O que devemos entender por vida eterna?

Vida eterna pertence àqueles que vivem no presente. A eterna fonte da vida está no eterno agora. Não devemos procurar longe de nós aquilo que está no aqui e agora.

 

Algumas pessoas podem acreditar que viver o momento atemporal seria esquecer o passado e o futuro. Que podes nos dizer sobre isso?

Não, essa seria uma interpretação equivocada da experiência de viver no momento atemporal. Tratar-se-ia apenas de um mecanismo de defesa psicológico, um truque de nossa mente para fugir da responsabilidade diante da vida e empurrar nossos problemas para longe, fingindo que eles não existem. O sábio não entra nesse jogo, ele não tenta ignorar o passado e o futuro, expulsando a ambos de sua matriz psicológica, mas tem plena consciência de que o passado e o futuro simplesmente não existem. Se tentarmos encontrar o passado, encontraremos apenas a memória; se buscarmos determinadamente pelo futuro, o que há é apenas a expectativa de algo; ou psicologicamente, uma ansiedade diante do futuro. O sábio procura o passado e o futuro e só encontra pré-disposições e impressões mentais.

Passado e futuro são apenas um limite criado pela mente a fim de simbolizar o fluir dos acontecimentos e o inexaurível movimento da vida. A memória não é a confirmação da existência do passado, pois a memória também vem à tona inevitavelmente no momento presente. A memória não está no passado, ela encontra-se sempre no presente. Conhecemos o passado no presente e como parte do presente. Nunca conhecemos o verdadeiro passado, nem sequer podemos ter uma experiência direta do passado, mas temos acesso apenas a vestígios psíquicos.

 

Como podemos tentar entrar no momento atemporal?

Não se pode realizar essa tentativa, pois nós já estamos no atemporal e nunca vamos sair dele. Além disso, a própria tentativa de buscar esse estado atemporal acontece dentro do tempo, exige um período para ser realizado, e nesse sentido, ainda estamos presos ao tempo. A simples tentativa de penetrar na eternidade cria um espaço de tempo que nos faz valorizar o tempo, criando uma barreira, uma divisão, um limite entre o tempo e a eternidade. Isso seria projetar a eternidade para um futuro qualquer mais ou menos longínquo, e até alcançar esse futuro percorremos um período de tempo, e ainda permanecemos dentro do tempo.

 

Como então viveremos plenamente no atemporal?

Você já vive nele.

 

(HUGO LAPA)

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Vidas Passadas de Buda

Este é o texto em que Sidharta Gautama, o Buda, conta como recordou todas as suas existências passadas. Além dessa perspectiva, ele teve a visão dos renascimentos sucessivos de todos os seres, numa segunda visão; e a perspectiva e a sabedoria da origem do sofrimento, cessação do sofrimento e o caminho para a cessação do sofrimento.

(“Majjhima-nikaya”, VI [“Bhaya-bherava-sutta”])

“Com o coração assim resoluto, assim aclarado e purificado, limpo e purgado de coisas impuras, manso e apto a servir, firme e imutável – foi assim que adeqüei meu coração ao conhecimento de minhas existências passadas – um só nascimento, depois dois … [e assim sucessivamente até] … cem mil nascimentos, muitas eras de desintegração do mundo, muitas eras de sua reintegração, e novamente muitas eras de sua desintegração e de sua reintegração. Nesta ou naquela existência passada, lembrava-me de meu nome, meu clã, minha casta, meu regime alimentar, minhas alegrias e sofrimentos, e duração da minha vida. Depois passei a outras existências subseqüentes nas quais tais e tais eram meus nomes e assim por diante. Depois passei à minha vida atual. E assim recordei-me de minhas diversas existências passadas em todos os detalhes e características. Este, Brâmane, foi o primeiro conhecimento que alcancei na primeira vigília daquela noite – a dissipação da ignorância e a conquista do conhecimento, a dissipação da escuridão e a conquista da iluminação, como convinha à minha vida estrênua e fervorosa, purgada do eu.

Com esse mesmo coração resoluto eu procurava agora entender a partida de outros seres, deste local, e seu reaparecimento alhures. Com o Olho Celestial, que é puro e em muito transcende a visão humana, vi criaturas no ato de partir deste local e reaparecer alhures – criaturas nobres e abjetas, agradáveis ou abomináveis à vista, bem-aventuradas ou desgraçadas; todas elas colhendo o que semearam. Havia seres comprometidos com o mal em suas ações, palavras e pensamentos, que denegriram o Sublime; foram vítimas de sua falsa perspectiva; na dissolução do corpo após a morte, esses seres reapareciam em estado de sofrimento, infortúnio e adversidade, e no purgatório. Por outro lado, havia também seres afeiçoados ao bem em suas ações, palavras e pensamentos, que não denegriam o Sublime; tinham a perspectiva correta e recebiam a justa recompensa; na dissolução do corpo após a morte, reapareciam em estado de bem-aventurança no céu. Tudo isso vi com o Olho Celestial; e este, brâmane, foi o segundo conhecimento que alcancei na segunda vigília daquela noite – a dissipação da ignorância  e a conquista do conhecimento, a dissipação da escuridão e a conquista da iluminação, como convinha à minha vida estrênua e fervorosa, purgada do eu.

Com o mesmo coração resoluto eu procurava agora o conhecimento de como erradicar os Samskaras. Compreendi o mal corretamente e em toda sua extensão, a origem do mal, a cessação do mal e o caminho que leva a cessação do mal. Compreendi corretamente e em toda a sua extensão o que eram os Samskaras, sua origem, cessação, e o caminho que leva a sua cessação. Quando percebi isso e quando vi isso, meu coração libertou-se do samskara dos sentidos, do samskara do retorno à existência e do samskara da ignorância; e assim liberto, veio-me o conhecimento de minha Salvação na convicção de que cessara o ciclo dos renascimentos; vivi na plenitude da virtude; minha tarefa está terminada; aquilo que fui não sou mais. Este, Brâmane, foi o terceiro conhecimento que alcancei na terceira vigília daquela noite – a dissipação da escuridão e a conquista da iluminação, como convinha à minha vida estrênua e fervorosa, purgada do eu.”

Tradução para o inglês de Lord Chalmers, Futher Dialogues of the Buddha, I (Londresm 1926), pp. 15-17.

 

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Fédon, 69c

Comentário do neoplatônico Olympiodoro sobre esta passagem: “Ele está fazendo adaptação de um verso órfico”.

Parece que também aqueles que instituíram os ritos de iniciação para nós não eram tolos, mas que existe um significado oculto em seu ensinamento quando este diz que seja quem for que chegue ao mundo dos mortos sem ter sido iniciado jazerá num lodaçal, mas os puros e iniciados quando lá chegarem habitarão com os deuses. Pois, na verdade, conforme dizem os que compreendem os mistérios: “São muitos os que carregam a vara, mas poucos os que se tornam místicos verdadeiros”. Estes, na minha opinião, não são outros senão aqueles que deram a vida à verdadeira filosofia.

Tradução para o inglês e nota introdutória de Frederick C. Grant em seu livro Hellenistic Religions (Nova York, 1953), pp. 136-44

 

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Plutarco, “Da Alma”

“A alma [no momento da morte] tem a mesma experiência que aqueles que estão sendo iniciados nos grandes mistérios. …A princípio a pessoa vagueia e, com tédio, vai de um lado para outro; anda através da escuridão com desconfiança, como alguém não-iniciado; depois surgem todos os terrores que precedem a iniciação final: temos, apreensividade, suor, estupefação; então uma luz maravilhosa envolve a pessoa, ela se vê em regiões e campinas límpidas, é recebida com vozes e danças e a majestade de sons e formas sagrados.Aqui, aquele que completou a iniciação passeia livremente. Liberto e usando sua coroa toma parte na comunhão divina e convive com homens puros e santos, contemplando aqueles que vivem sem terem sido iniciados, uma multidão impura, espezinhada e amontoada na lama e na névoa, que, com medo da morte e desconfiada dos favores divinos permanece em seu sofrimento.”

Plutarco, On the Soul, citado por Stobaeus, IV, conforme tradução para o inglês de George E. Mylonas, em seu livro Eleusis and the Eleusinian Mysteries (Princeton: Princeton University Press, 1961), pp. 246-65.

 

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Mistérios de Eleusis

“Feliz é aquele entre os homens na terra que contemplou estes mistérios; mas aquele que não é iniciado e que não toma parte neles nunca terá a fortuna de semelhantes coisas boas após a morte, na escuridão e na melancolia.”

Hymn to Demeter, 480-2 (tradução para o inglês de Hugh J. Evelyn – White, Hesiod, The HomericHyms, and Homerica, Loeb Classical Library [Nova York, 1920], p. 323)

“Triplamente felizes são os mortais que, tendo visto esses ritos, vão para a morada dos mortos; pois só para eles é concedido ter vida verdadeira lá; para os demais, tudo que existe lá é funesto.”

Sófocles, Frag. 719 (Dindorf) (tradução para o inglês de G.E. Mylonas, Eleusis and the Eleusinian Mysteries [Princeton: The Priceton University Press, 1961], p. 284)

“Feliz é aquele que, tendo visto estes ritos, desce para a terra oca; pois ele conhece o fim da vida e conhece o divino começo da vida.”

Píndaro, Frag. 102 (Oxford) (tradução para o inglês de Mylonas, op. cit., p. 285)

“Primoroso, realmente, é o Mistério que nos deram os deuses abençoados: a morte não é mais um mal para os mortais, mas uma bênção.”

Inscrição encontrada em Elêusis (tradução para o inglês de S. Angus, The Mistery Religions and Christianity [Londres, 1925], p. 140

“Segundo crença comum em Atenas, todo aquele que tivesse sido instruído nos mistérios seria, após a morte, considerado merecedor de glória divina. Conseqëntemente, todos buscavam ansiosamente a iniciação.”

Escoliasta comentando Aristófanes (As Rãs, 158) (tradução para o inglês de S. Angus, op. Cit., p. 140)

“Pausânias evitava dar explicações relativamente aos Mistérios e abstinha-se de descrever as edificações que existiam nos recintos sagrados de Deméter em Elêusis e em Atenas: Eu tencionava ocupar-me do assunto e descrever todos os objetos passíveis de descrição no santuário de Atenas, denominado Eleusínio, mas fui impedido de fazê-lo por uma visão que tive em um sonho. Portanto, vou ater-me àquilo que é permitido relatar a todos.”

Pausânias, I, 14, 3 (tradução para o inglês de Frazer)

“Meu sonho proibiu-me de descrever o que existe do lado de dentro da muralha do santuário; e, sem dúvida, é evidente que os não-iniciados não podem ficar conhecendo devidamente aquilo que seus olhos são impedidos de ver.”

Pausânias, I, 38, 7 (tradução para oinglês de Frazer)

“E o synthema (palavra-senha) dos mistérios de Elêusis é o seguinte: “ Eu jejuei, eu bebi o kykeon; tirei da arca; tendo terminado minha tarefa, coloco novamente no cesto, e do cesto novamente na arca”.”

Clemente de Alexandria, Protreptikos, II 21 [Com referência a interpretações desta fórmula sagrada, cf. George E. Mylonas, Eleusis and the Eleusinian Mysteries, pp. 294-305]

“Os frígios, dizem os nassenos[1], afirmam que Deus é uma espiga de trigo que acabou de ser segada, e seguindo-se aos frígios, os atenienses, quando nas iniciações eleusínias, mostram em silêncio aos epoptai o grandioso, maravilhoso e mais completo dos mistérios místicos: uma espiga de trigo sagrada.”

Hipólito, Philosophoumena, V.

[Segundo Walter Otto, “não pode haver dúvida quanto à natureza milagrosa do evento, A espiga de trigo crescendo e amadurecendo com presteza sobrenatural é igualmente parte dos mistérios de Deméter como a vinha que cresce em poucas horas é parte das festividades de Dioniso”. W. Otto, “Meaning of the Eleusinian Mysteries”, p. 25, in The Mysteries (Nova York, 1955), pp. 14-31; ver também Mylonas, op. cit., pp 305-10.]

“Aristóteles assegura não ser necessário aos iniciados aprender qualquer coisa; basta-lhes receber impressões e serem induzidos a uma certa disposição de espírito pelo fato de se tornarem candidatos dignos.”

Sinésio, De Dione, 10. (cf. Jeanne Groissant, Aristotle ET lês Mystères, Paris, 1932)


[1] Uma das seitas gnósticas do grupo ofita.

 

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