O espírito e a alma são realidades espirituais, mas em nossa visão humana, são apenas abstrações teóricas. O espírito representando a essencialidade individualizada do ser, enquanto a alma, apesar de ser divina, se constitui como a apresentação dos mais elevados níveis ou camadas que revestem o espírito. Por outro lado, o Eu Superior, apesar de ser ainda algo distante do entendimento humano, está mais próximo de nós. Podemos até mesmo entrar em íntima conexão com ele por intermédio de certas técnicas da TVP.
O Eu Superior, ou Eu interior, é conhecido como a fonte de nossas intuições e da sabedoria que emana de nossa consciência. Algumas vezes ele é denominado tal como o espírito, como um pequeno microcosmos do grande macrocosmos. Seria uma partícula individualizada de Deus latente no homem. Como se diz nas tradições de mistérios, uma centelha ou chispa divina, eternamente presente em nosso interior.
Contrastando com ele, o Eu inferior seria uma sombra do Eu Superior, ou seja, um aspecto extremamente limitado dele. Da mesma forma que a sombra do planeta Terra não se opõe ao Sol, o Eu inferior não é contrário ao Eu Superior, mas apenas um reflexo distorcido deste. Enquanto o Eu Superior é o reflexo da vida divina em nós, o Eu inferior é um reflexo modificado e sombrio do Eu Superior.
O Eu Superior conhece o passado, o presente e o futuro. Nele estão contidas todas as nossas vidas passadas como memória e nossas vidas futuras em estado potencial. É com a matéria prima do Eu Superior que o Eu inferior e a personalidade (juntamente com a influência do meio e de múltiplas outras vidas), são moldados e formatados a cada encarnação.
O Eu Superior tudo sabe e tudo vê.
Muitos místicos e iniciados conhecem técnicas, meios e recursos de comunicação direta com esse centro nuclear de consciência. As técnicas mais conhecidas para isso são a meditação e o silêncio. A harmonização com o Eu Superior nos oferece um ponto de vista total sobre tudo em nossa vida. Nossa capacidade de ver todas as coisas do ponto de vista do infinito se origina nessa elevada instância psíquica, que é o Eu Superior. Tendam chama, por vezes, o Eu Superior de Eu maior.
Há uma diferença entre Eu Superior e o mestre espiritual do paciente. O primeiro é a própria individualização das potencialidades divinas em nosso âmago; o segundo é uma entidade que já atingiu ou está prestes a atingir a iluminação ou o despertar total. Nos mestres espirituais, o Eu Superior está plenamente desperto, ao contrário de pessoas comuns.
Segundo Sanaya Roman o Eu Superior é uma “parte de nosso ser que supervisiona e observa as outras partes”. Ele também é responsável por coordenar todas as outras partes do nosso psiquismo, nossas subpersonalidades. Nossa missão seria fazer evoluir essas subpersonalidades dentro do nosso Eu Superior, de onde todas se formaram.
A harmonização das diferentes partes do psiquismo abre caminho para o aparecimento do Eu Superior. O Eu Superior é o orientador do diálogo das diversas facetas da consciência.
Como já dissemos, existem técnicas precisas para se invocar o Eu Superior e se valer de seu influxo e de uma consciência mais elevada. Porém, Tendam adverte ainda para o cuidado em não ficar invocando o Eu Superior, assim como mestres e guias espirituais, com a intenção de demonstrar parceria com os seres de luz – julgando-se assim alguém muito especial, praticamente sentindo-se como um ser de luz tal como os espíritos que invocamos (Tendam, 1988). Por outro lado, Tendam (1994) menciona que quando usamos o termo “Eu Superior” devemos evitar a conotação de “meu Eu Superior”, posto que o Eu Superior é algo que nós somos e não algo que nós temos.
O Eu Superior é da esfera do “ser” e não do “ter”.
Há uma técnica na Terapia de Vidas Passadas cujo nome é “Intervenção do Eu Superior”. Essa técnica foi divulgada por Hans Tendam. Consiste em pedir ao cliente que se desloque em consciência a um ponto extremamente elevado de visão total. Tendam diz que “sugerimos ir até um lugar panorâmico de visão global onde você é totalmente você mesmo”.
Nesse ponto, além das medidas humanas, podemos ver qual caminho encarnatório seguimos até chegar ao presente momento ou num outro ponto qualquer. Ou seja, esse ponto de vista total nos mostra, em perspectiva, o caminho percorrido em nossas vidas passadas e como chegamos ao estado atual. Descortinamos nossas vidas passadas sob uma visão superior e entendemos muitas coisas sobre nós. Essa visão se torna possível graças ao olhar abrangente do nosso Eu Superior.
Nessa técnica devemos tomar cuidado para não cair nas malhas de camadas inferiores, ou de personalidades passadas pseudo-espirituais. O contato com o Eu Superior deve ser libertador e oferecer um feedback geral. Todo cuidado é pouco para não cair nas armadilhas dos níveis inferiores tentando se passar por superiores. Nesse sentido, Tendam afirma que a responsabilidade do cliente e do terapeuta não deve ser posta de lado sob a justificativa de aceitar instruções imprecisas do “Alto”.
(HUGO LAPA)
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