.
A VERDADEIRA PROTEÇÃO ESPIRITUAL
Numa antiga vila, incrustada entre montanhas que tocavam o céu com seus picos nevados, vivia um mestre zen de grande sabedoria, cujos ensinamentos ecoavam como a brisa suave que desce das alturas. O tempo havia chegado para o mestre escolher um sucessor dentre seus quatro discípulos, que haviam dedicado suas vidas ao caminho do zen sob sua orientação.
Desejando testar a profundidade de sua compreensão, o Mestre convocou os discípulos para um jardim e ali ele que os discípulos se alinhassem, um ao lado do outro, diante de uma assembleia de aldeões reunidos para o evento. Aos aldeões, o mestre solicitou que lançassem palavras ásperas, calúnias e energias negativas em direção aos discípulos, testando sua capacidade de manter a serenidade e a compreensão perante a adversidade. E assim começou o teste.
Assim que os aldeões lançaram as ofensas, calúnias e energias negativas, o primeiro discípulo ergueu um escudo protetor energético que repeliu toda energia negativa emanada a ele. O mestre observava tudo com sua visão clarividente. O segundo discípulo fez o mesmo: ergueu um escudo protetor de energia onde as vibrações negativas batiam e voltavam, sem atingir o discípulo. O terceiro discípulo seguiu o mesmo caminho, todos ergueram escudos invisíveis de energia, refletindo as palavras e sentimentos negativos que batiam e voltavam, sem atingi-los.
No entanto, o quarto discípulo fez algo diferente. Ao invés de erguer um escudo, ele abriu seu coração para as energias negativas, recebendo-as como um solo acolhe as sementes. E, com um sorriso de paz que tocava sua alma, ele as transformou em flores astrais de energia de uma beleza inimaginável, deixando um perfume no ar, um aroma maravilhoso que todos puderam sentir.
O mestre, observando tudo com sua clarividência soube que o quarto discípulo havia compreendido o verdadeiro espírito do zen: a transformação do sofrimento em beleza, da negatividade em positividade, do veneno em néctar, do ódio em amor sublime. O mestre então anunciou que este seria seu sucessor, pois foi o único que não se defendeu das energias, mas sim transmutou o negativo no positivo, a confusão na paz, o ódio no amor, o mal no bem. O mestre então esclareceu:
– A proteção espiritual não consiste em se defender das energias alheias, como se fôssemos um escudo, uma muralha que nada penetra, mas sim com um processo de transmutação e purificação do ambiente e das vibrações. Dessa forma, a verdadeira proteção não é escudo, não é ser impenetrável a todo custo, mas é uma transmutação e purificação do negativo nas flores espirituais do bem, da paz e do amor. O coração iluminado não é uma fortaleza que se protege da vida, mas é como um jardim aberto onde as flores espirituais da compreensão e do amor florescem, independentemente das estações e das intempéries.
E assim, a parábola do Quarto Discípulo se espalhou além das montanhas, levando consigo a mensagem de que a verdadeira proteção espiritual vem da capacidade de transmutar, de purificar, e não de simplesmente repelir. Dessa forma, muitos passaram a ensinar que, mesmo nas situações mais sombrias, podemos encontrar a luz e fazer florescer a harmonia, o amor e a paz com as pessoas e com a vida.
(Hugo Lapa)
E-mail: portaldoespiritualismo@gmail.com
Esta mensagem pode ser postada e compartilhada livremente em sites, portais, redes sociais e outros meios impressos e eletrônicos. No entanto, a citação do nome do autor é obrigatória, sob pena de crime de violação dos direitos autorais. A divulgação deste conteúdo deve ser apenas gratuita, sendo rigorosamente proibida a venda de qualquer texto ou livro de Hugo Lapa.
Deixe um comentário