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Archive for 23 de abril de 2024

Cegueira dos tesouros

 

DALL·E 2024-04-23 10.40.17 - In an ancient Eastern kingdom, a young male disciple examines a shimmering jewel held close to his eyes. The jewel is bright, catching sunlight, and c

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A CEGUEIRA DOS TESOUROS DO MUNDO

Em um antigo reino do Oriente, um sábio mestre ensinava seus discípulos sobre a natureza da percepção e da realidade. Um dia, ele apresentou um pequeno objeto brilhante, uma joia que capturava a luz do sol e reluzia com um esplendor incomparável.

“Observem esta joia”, disse o mestre, segurando-a à distância onde todos pudessem vê-la claramente. “Notem como ela é bela e como cada detalhe é visível de onde vocês estão.”

Então, o mestre pediu que o discípulo mais próximo segurasse a joia. “Agora, aproxime-a cada vez mais de seus olhos”, instruiu ele.

O discípulo fez o que o mestre pediu. Trouxe a joia cada vez mais perto de sua vista. A princípio, os detalhes eram ainda mais claros e impressionantes, mas à medida que a joia se aproximava, sua visão começou a ficar embaçada. Quando a joia estava bem próxima de seus olhos, o mestre disse:

– Agora descreva a natureza a sua frente sem mover a joia.

– Não consigo, disse o discípulo. A joia está bloqueando a minha visão e só consigo vê-la em minha frente e nada mais.

O mestre então explicou, “Assim é a natureza dos nossos apegos. Quando mantemos algo a uma distância apropriada, podemos apreciá-lo e compreendê-lo claramente. Além disso, podemos ver tudo a nossa volta. No entanto, quando nos apegamos excessivamente, trazendo nossos desejos e objetos de apego muito próximos de nós, eles começam a obstruir nossa visão. Nosso apego excessivo nos cega, impedindo-nos de ver a vida como ela é e de seguir em frente”.

Essa parábola serve como uma metáfora profunda para a maneira como os apegos influenciam nossa percepção da realidade. No início, a joia é percebida em toda a sua beleza, porque o discípulo mantém uma distância que permite uma visão clara e completa. Este equilíbrio simboliza uma relação de utilização dos objetos do mundo sem o apego a eles.

No entanto, conforme o objeto é trazido para mais perto, simbolizando um apego crescente, ele começa a distorcer a percepção do discípulo e o cega completamente. O objeto então bloqueia a nossa visão e ele só consegue ver o objeto do seu apego, e nada mais. Todo o resto fica obscurecido pelo objeto, impedindo nossa visão de outras coisas. Isso ilustra como um forte apego pode nos cegar para outros aspectos da nossa vida, obscurecendo nossa capacidade de ver além do objeto de nosso desejo. O apego torna-se uma barreira que nos impede de perceber a vida como ela é, e pode nos levar a ignorar importantes verdades sobre nós mesmos e sobre o mundo ao nosso redor. O objeto simboliza qualquer “tesouro” que criamos nesse mundo. Pode ser um objeto material, pode ser uma pessoa, pode ser uma ideia, pode ser um cargo, pode ser uma casa, pode ser um casamento etc.

Portanto jamais se apegue as coisas desse mundo. Caso contrário, elas te deixarão cego diante da vida e de ti mesmo.

(Hugo Lapa)

E-mail: portaldoespiritualismo@gmail.com

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